Resumo
Na edição da APS em Revista que divulga as experiências finalistas do Prêmio APS Forte para o SUS, iniciativa da OPAS e Ministério da Saúde, as considerações aqui apresentadas visam descrever os avanços alcançados pela Estratégia Saúde da Família, e os desafios que enfrenta, ainda hoje, em assumir seu papel como porta de entrada e coordenadora da atenção no sistema de saúde.
A cultura da avaliação de políticas públicas é ainda incipiente no Brasil e num contexto de escassez de recursos e políticas de austeridade fiscal, torna-se imprescindível conhecer os resultados obtidos pelos programas/políticas para a tomada de decisão que maximize o impacto e os resultados na sociedade. Em que pese o Programa de Saúde da Família não ter tido um planejamento inicial de realizar avaliação de impacto, quantificando relações causais entre o programa e um conjunto de resultados na sociedade, desde sua criação, processos avaliativos foram implantados.
De 1998, ano de criação da primeira grande inflexão para o crescimento da Saúde da Família, que foi o Piso de Atenção Básica, permitindo, pela primeira vez no país, um repasse financeiro do Ministério da Saúde a todos os municípios brasileiros, de acordo com sua população, até o ano de 2006, quando foi publicada a Política Nacional de Atenção Básica, tornando o que até então era um programa, numa Política Nacional, a cobertura populacional evoluiu de 5 a 45,3%, alcançando 84 milhões de brasileiros em 2006 até os mais de 100 milhões de brasileiros (64%) em setembro de 2019, com 43.508 equipes implantadas.
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