Saúde do homem: um estudo realizado na unidade de saúde da pedreira em Belém, Pará
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Palavras-chave

homens
saúde
atenção primária
autocuidado
fenomenologia

Como Citar

de Cristo, D. A., & de Cristo, S. C. A. (2019). Saúde do homem: um estudo realizado na unidade de saúde da pedreira em Belém, Pará. APS EM REVISTA, 1(2), 162–169. https://doi.org/10.14295/aps.v1i2.25

Resumo

Justificativa:

Este artigo é resultado de pesquisa que investigou como homens avaliam o serviço da atenção primária de um bairro em Belém, suas concepções de autocuidado e as motivações para aderirem a esse serviço que objetiva a prevenção de doenças e promoção da saúde. Através de suas percepções pode-se chegar também aos motivos das ausências da maioria dos homens na Atenção Primária.  Pelas estatísticas do Ministério da Saúde, os homens adentram a saúde pela alta e pela média complexidade, quando doenças e agravos já estão instalados.

 

Método:

O estudo é qualitativo, de natureza fenomenológica, considerando a relação sujeito e mundo, e foi realizado com 10 homens, na faixa etária de 19 a 59 anos, usuários de uma unidade básica de saúde (UBS), atendidos no setor da clínica. As categorias de análise foram: importância da Atenção Primária para sua saúde, atendimento prestado na Unidade de Saúde da Pedreira, suas necessidades de saúde e práticas de autocuidado. Outros fatores relevantes no contexto do estudo foram: relações com o trabalho e com a família.

 

Resultados:

Os resultados mostraram que os motivos da adesão são sinais e sintomas de doenças e agravos e recomendação de atendimento na UBS por parte de terceiros. Vários sentidos foram captados: receio, responsabilização, vergonha e irritabilidade por estarem doentes. Ter que esperar, ter que abrir mão do que percebem como prazeroso, dentro de um universo de situações adversas.

 

Conclusões:

O estudo apontou que os usuários da UBS Pedreira não se percebem como invulneráveis, temem as doenças e não frequentam espaços de saúde para não vivenciarem a dor, como se a doença passasse a ter existência real a partir de sua presença nos serviços, com isso evitam procurar ajuda, mesmo diante de sintomas. Como o espaço privilegia as medidas curativas, e não a promoção de saúde, os homens continuam afastados do serviço.

https://doi.org/10.14295/aps.v1i2.25
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