Resumo
Este artigo tece uma crítica à mudança de postura e práticas médicas a respeito do uso de estatinas como prevenção primária (P1). Tal tema é de grande relevância clínica para a atenção primária à saúde e para a saúde pública. No Tratado de Medicina de Família e Comunidade (edição de 2018), o capítulo sobre P1 de doenças cardiovasculares assume implicitamente que as estatinas devem ser usadas como P1, sem discussão dos problemas envolvidos nisso. Este artigo faz uma síntese dos problemas e polêmicas envolvidos na prescrição de estatinas em P1 a partir de 2012, quando uma primeira metanálise recomendou esse uso. Discutimos criticamente as evidências a respeito, a partir de clássicos critérios éticos e técnicos. Defendemos que a evidência para usar estatinas como P1 é muito fraca e não confiável, frente a danos potenciais significativos e benefícios muito pequenos. Mais pesquisas são necessárias, mais transparentes e com menos influência da indústria farmacêutica.
Como autor do artigo em anexo autorizo sua publicação, uma vez aprovado, na APS em Revista. Declaro ser de minha autoria o referido artigo e cedo, a titulo gratuito e em caráter definitivo, os direitos patrimoniais dele decorrentes. Assumo ainda inteira responsabilidade por seu conteúdo.
Autorizo a APS em Revista a publicar em meio eletrônico, na Internet ou a reproduzir por outros meios que venha a utiliza, bem como a edição, reedição, adaptação ou distribuição do referido artigo.